#historia3 Por Causa da Minha Roupa

A história de hoje é sobre ciúmes. 
Que eu julgaria como meio doentio. 
E, esse foi meu marido no começo de tudo!
Mas tem lá suas explicações. E também para tudo que ele se tornou hoje. Creio que para todos nós, né?!
O que vivemos acaba nos definindo. 

A verdade é que o marido só arranjou moça problemática para se relacionar. E o relacionamento era tudo do jeito dele. Até conhecer a mocinha aqui! *rs*

Eu era mandona, autoritária e cheia de opiniões formadas. Até conhecer esse mocinho japonês. *rs² *

Graças a Deus nos juntamos e tudo mudou!
Mas até mudar…

Mora (apelido do marido, para quem não sabe) teve somente uma namorada que foi papo mais sério, fora eu. E essa moça era ‘virada no sarcero’. Deu uma trabalheira para ele, sempre. E eles mais brigavam do que ficavam bem. Pois bem!
E todas as experiências dele foi tão ruim que ele tinha ciúmes até da própria sombra. E com razão!
Aí começou a namorar a Fran (pela segunda vez, inclusive). 

Começamos a namorar, já sério, em 1997. E passamos anos conversando e nos conhecendo. No sofá da sala de meus pais. 
Então tivemos muito tempo para experimentarmos todos os tipos de sentimentos juntos. E eu fui experimentando o gosto do demasiado ciúmes que ele emanava sobre mim. 

Até que um dia…

Bem, até mudar e melhorar e evoluir, e trabalhar os sentimentos ruins, aconteceu que passamos ‘poucas e boas’ juntos. Afinal, tudo passa, né?! Até as coisas ruins. 

Quando você tem um trauma de traição, seja amoroso ou não, é comum que desconfie de todo mundo. E chega a ser até normal (o ideal seria dizer é comum) começar a desencadear um ciúme maior do que o coração aguenta, e querer ou sentir/pensar que está protegendo a pessoa desejada. Achar que precisa estar o tempo todo atrás, cuidando da pessoa. Aí gera um ciúmes fora do normal. Muitas vezes descontrolado. 
Então meu marido era assim!

Quando começamos a namorar de verdade eu tinha 15 anos, mas já era investigadora; fazia trabalhos informais para amigos e parentes, e sem a internet. Eram trabalhos através da lista e ligações. 

Na naquela época eu já tinha muitas responsabilidades e “dor de cabeça”. Estava terminando o ensino médio para iniciar o cursinho pré-vestibular. Era professora da escola dominical, da igreja, para crianças e juniores. E fazia curso de inglês e espanhol. E eu odiava o inglês e amava o espanhol. Minha mãe sempre falava em castelhano em casa. 

Desde de os meus 9 anos de idade eu já vivia em delegacias, via prisões e espionava os presos em suas celas (até já falei com alguns, escondido do papai). Eu tinha influência em casa que já me fazia pensar em cursar direito para ser uma delegada de polícia, juíza de direito ou promotora de justiça, menos advogada. Apesar de ter bastante lábia para isso, e todo mundo dizer. Mas a família inteira pensava que eu seria médica, pois eu amava o assunto e nunca tive problemas com sangue, eu já fazia ótimos curativos em todos e dava ótimos cuidados. 

Antes de ficar com o Mora pela segunda vez eu já tinha alguns cursos livres, entre eles o de etiqueta e metodologia humana. 
Eu tive que aprender a sair do status de pobre para o status de rico. Pai maçom. Eu vivia em eventos chiquérrimos, o que já matava o namorado por dentro pensando que a qualquer momento eu o trocaria por algum filho de ricaço. 
E durante todo os 3 anos que namoramos firme eu só andava muito bem vestida e de sapatos bem altos. Pra quê!

Agora chegamos na história em questão. 

Uma tarde, eu estava quase pronta para ir para a igreja, para dar as minhas aulas, muitas vezes eu chegava a preparar tudo na frente do Mora, e após preparar o material eu ía me trocar. Maurício sempre ficava me esperando, para então quando saíssemos, saíssemos todos juntos; eu para a igreja com meus pais e ele para casa dele. Mas sempre tinha esse momento de beijo de tchau. Ele ficava até o último momento. 

Naquele dia, após me trocar e aparecer na sala pronta, pensa a cara de insatisfeito do rapaz. Eu percebi que dali já me tratou diferente, porém ele não falou nada e nos despedimos como “sempre”. Não! Ele não estava normal. 

Entrei no carro e fomos para a igreja. E Maurício foi pegar o ônibus. 

Cheguei na igreja, como sempre antes do horário para ter tempo de ajeitar tudo, e fui para sala dos professores. Deu a hora, tinha sempre um começo e oração e louvor, pegava as crianças e os pré adolescentes e encaminhava para a sala de estudos. 

Eu já devia ter dado uma meia hora de aula. E me lembro que meu irmão, que também era meu aluno, pediu para ir ao banheiro. Tá! Foi!
Mas ao voltar, ele cochichou em meu ouvido: - O Maurício tá lá fora!
Imagine a minha cara. O meu espanto e surpresa. 
Eu, bem dizer, tinha acabado de me despedir do homem lá em casa. Pois bem! Lá vinha encrenca!

Ao passar a sala para a professora substituta eu fui lá fora encontre ele. E logo quando o vi, agitado, nervoso e com frio, eu perguntei o que estava a fazer ali, por quê?
E ele com a cara super fechada foi direto ao ponto: como eu tive coragem de sair de casa com aquela roupa, e para igreja ainda por cima. 
Eu juro que não sabia o que responder, nem como me defender. Eu realmente não entendia como eu podia estar mal vestida de saia longa. Aí veio toda uma explicação. 

Bem, eu era magra. Eu sempre fui magra, quase a minha vida toda. Mas sempre tive quadril avantajado e coxa grossa. O problema é que quando eu colocava saia reta o meu ventre super reto deixava uma saliência em lugares mais íntimos, e que chamava a atenção. Mas eu nunca nem tinha pensado nisso. Na época eu tinha a cintura extremamente fina, 55 cm apenas. E todo mundo que me via salientava isso: a garota da cintura mais fina que já viu. 

Bem, chamar a atenção já é algo para ter ciúmes né?! Ainda mais quando a mulher é simpática com todo mundo. 
Mas o problema não é ser assim e sim a falta de confiança. 

Demorou muito tempo para eu perceber o que de fato estava dentro dos meus padrões fazer, como uma moça que tinha namorado. Realmente não é legal ouvir sua namorada chamar todo mundo de querido. Mas também não há nada de errado na passionalidade quando muito bem administrada. 

Com o tempo eu consegui fazê-lo entender que existiam palavras que eram só dele: como lindo, amor, paixão, vida… e que não podíamos misturar as coisas. 
Bem no fim o tempo foi o melhor remédio. E a confiança veio de tal forma que não tinha mais o que questionar. Tudo já estava sanado! Resolvido! Absolvido! 

E eu acho que amor é isso! É acreditar que o parceiro(a) pode voar se quiser, mas que decida ficar no mesmo ninho. O voo é livre, mas as consequências são duais. 
E o amor realmente supera tudo! Porém tem que ser mútuo. Tem que ter o entendimento de que se realmente se ama, fica. Se entende. Procura os sentidos de tudo e para tudo. 
E realmente há!
E não se pode se aniquilar, matar o eu interno em prol de um relacionamento. 

E tudo passa!
Só não pode passar o amor. Aquele frio na barriga e as “borboletas voando”. 
No amor tudo se compreende, tudo é retribuição. 

É como num jogo: é preciso passar a bola para que haja jogo.
E é preciso jogar para amar! Essa atividade, submetida a regras que estabelecem quem vence e quem perde.
Porém se o jogo não parar não existirá perdedor. 

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